Lodi, 09 de Maio de 2014
As
aventuras de uma Mamma no exterior.
(Camila
e Giulia)
Quando eu resolvi ir embora do Brasil, jamais havia
imaginado em casar e ter filhos. Até então, o meu objetivo era fazer a minha especialização e, quem sabe, arranjar um emprego.
No final das contas, terminei a especialização, casei e tive minha filha Giulia aqui na Itália.
A minha gravidez foi bastante
tranquila, o único problema era que sentia saudade das minhas amigas. Mas como
amigas? E da família? Bem, quando não se tem um suporte familiar, os amigos são o que resta e disso eu sentia falta.
Me sentia frágil e carente, sentia uma imensa vontade de conversar e tirar dúvidas. Mas, como fazer quando se vive em
um paìs que nao è seu?
Fazer amizades aqui è que nem achar uma agulha no
palheiro, ainda mais eu, que me mudava constantemente com o meu marido por conta
do trabalho dele.
Então resolvi me inscrever em um curso pré parto e, pra variar, eu era a unica estrangeira da sala, então me faziam as mais
variadas perguntas sobre o aspecto cultural e como era ter um filho no Brasil, e
digo mais, eles não tinham ideia como o parto cesário é difundido no país.
Eu tinha a convicção que faria o parto cesário também, e que já estava tudo programado. Isso aqui não existe!
Primeiro, os obstetras são bem
claros, cesário só em caso de urgência!!! (quando mãe e bebê correm perigo).
Aqui eles defendem atè o final o parto normal.
Como minha filha era grande,
eles induziram. Diga-se de passagem não foi fácil, porque senti dor por mais
de 24 horas, mesmo com a ajuda da anestesia, mas, no final, meu parto foi
lindoooo!!!!
Sentir minha filha saindo da minha vagina foi a sensação mais incrível que passei na minha vida. Foi emocionante, porque, ver meu marido que
chorava como bebê e eu nunca tinha visto ele assim antes.
Outra observação,
tive um suporte, de primeira qualidade, da equipe de obstetras que fizeram meu parto,
ficaram o tempo todo comigo. Eu tive Giulia em um hospital publico, aqui não é perfeito, porém ainda funciona, mas sei que, infelizmente, a realidade brasileira não condiz com o que descrevi acima.
A próxima etapa foi amamentar a piccolina, e vou ser
sincera com vocês, tenho consciência que faz bem ao bebê, mas, no meu caso, foi punk
porque tive dificuldade no começo e tive duas mastites. Insisti e
continuei dando de mamar até quando Giulia não quis mais o meu leite.
Em
relaçao a ajuda pra cuidar dela, tive uma grande colaboração do meu sogro e meu
marido! Acreditem meu sogro!
Minhas amigas estavam trabalhando e tirar licença
era impossível. Mãe, eu não tenho mais, e minha sogra, é melhor não te-la por perto. Então a ajuda deles foi fundamental, me deram todo o suporte e paciência que
precisava. De quebra, a serenidade, por ser dois homens. Então, quando eu estava histérica, eles mantinham a calma e isso me deixava bastante segura, e o melhor, eles me deixavam dormir!!!!!!!
Hoje, Giulia tem 1 ano e não tem melhor recompensa que
ver um filho crescendo com saúde e serenidade.
Gostaria muito que minha mãe pudesse vê-la e toca-la, mas sinto sua presença sempre com a gente e sei que ela
ficaria feliz em ver como estou e sou hoje, graças a ela.
Agradeço muito a Deus
pela minha vida e da minha filha, em primeiro lugar. Depois, meu marido, por me compreender, e nos mostrar, a cada dia, o que é um amor paterno e por fim, ao meu sogro que
sempre que pode vem nos ajudar, saindo de sua cidade e pegando a estrada por 3
horas, faça chuva ou faça sol.
Ter a minha filha me fez enxergar o mundo com outros
olhos, me ensinou a ter esperança, e a ter fé. E o mais interessante, que Giulia me fez entender
o verdadeiro significado de ser e ter uma família. E percebi que Deus nos
presenteia com o filho pra nos tornarmos seres melhores, mas cabe a nós enxergarmos essa forma de amor e doação.
Camila Maria de Sant’Anna, mãe de Giulia Busollo.
2 comentários:
Sei bem o que é amiga..ou pelo menos imagino!
As vezes com a ajuda e o apoio da família fica tudo muito cansativo e complicado...imagine sem esse apoio e ainda por cima em um outro país, com outra cultura e maneira de ver essa relação com um bebê recém nascido!
Admiro vc demais viu amiga...e sei que mesmo sem experiencia e por tudo o que com a nossa imensa amizade sei que ja passou e por também praticamente sem vc ter referencia de uma família e do que é ter uma pra ajudar, apoiar e até quebrar o pau se for preciso...sei que vc está sendo e sempre será uma ótima mãe..
te amooo...
cuide bem de nossa GIULIA BUSSOLO!
Meu amor, me emocionei com suas palavras, imagino o quanto difícil deve ter sido no início. Mas, nada que uma mulher forte, guerreira e com sede de vida não venha a superar. Me orgulho muito dd você, é especial demais para mim e você sabe. Quero te ver sempre assim linda, radiante e feliz.
Te Amo!!!!
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