Bom, minha gestação foi
muito tranquila. Descobri com quase 16 semanas, já não mais enjoava, tinha
sono, etc. ... Fui muito mimada pelo esposo e quase nunca senti desconforto.
Lembro que brincava que “até da rinite fiquei boa”. Trabalhei minha gestação
inteira, João Inácio nasceu numa segunda-feira, trabalhei até a sexta-feira
anterior, sem indisposições ou maiores intercorrências. Acompanhando todo o
previsto, o parto foi uma cesariana programada. Entrei no centro cirúrgico sem
sentir dor e saí também sem sentir dor.
Minha gestação foi abençoada do início
ao fim. Logo após o nascimento, descobri o quanto é dolorosa a amamentação.
Dói, sangra, machuca... Amamentei até o sexto mês, mesmo com toda dor e
sofrimento. Passava um mês boa, outro mês machucava... Meu bebê (ex-bebê,
rsrsrs) tomou fórmula apenas a partir do sexto mês, porém não condeno quem faz
a opção de inserir antes o leite artificial, por conta dos aspectos negativos
na amamentação: o desconforto e dor para a mãe, a escravidão e dependência da
mesma para a alimentação da criança (quem precisa trabalhar entende o que
falei). Gente, é muita dor mesmo!
Bom lembrar que não fiz nenhum exercício de
adaptação nas mamas, talvez seja bobagem expressar o lado negativo com tamanha
ênfase. Por outro lado, amamentarei os demais filhos que tiver e não posso
deixar de citar os benefícios: certeza de uma alimentação saudável e natural
para a criança (o mais importante), a cumplicidade nos olhares trocados entre
mãe e filho, a facilidade na hora de sair com o bebê, pois não precisa se
preocupar com fome ou sede, sempre terá o que oferecer etc..
Não tirei a
licença normal de 4 (quatro) meses. Me afastei do trabalho somente o tempo de
pude. Algumas vezes, levava João comigo para o escritório, outras vezes, tirava
o leite na bomba elétrica e deixava na mamadeira para garantir a próxima
mamada. É bem difícil voltar às atividades normais.
Cria-se um mundo muito
diferente, parece que tudo que existe tem relação com o bebê. Ao mesmo tempo em
que você quer ver o mundo lá fora, o melhor papo que existe é fraldas, pomadas,
pediatra, sentar, engatinhar, roupinhas e sapatinhos...
Só que os bebês crescem
para o mundo e para inseri-los neste contexto, é preciso entender que o mundo
não para. O marido continua marido, o trabalho continua trabalho, sua vida
continua sua vida e é muito legal saber que a maternidade é complementar (era o
que faltava) e não a única coisa da sua vida.
Minha família me apoia muito.
Assim como a família de meu esposo. Todos participam, ficam com ele porque
querem, porque ele quer, quando preciso. João Inácio é uma criança abençoada, e
nós, os pais, também, por poder contar com este apoio raro na vida moderna e
nos tempos em que todos trabalham muito.
Minha maior habilidade adquirida,
talvez por ser mãe de menino, foi o “autocontrole”. Tipo: vejo insetos,
aranhas, sapos (odeio), bichos em geral e não dou chilique, vejo nojeiras e
consigo não mais me manifestar com exagero. Tudo para que João não cresça medroso.
Brincadeiras a parte, são inúmeras as habilidades de uma mãe, mãe que é mãe
sabe tudo. Sempre sabe e melhor que qualquer pessoa.
Julgo um desafio muito
grande criar um filho. Qualquer pai e mãe tem, por obrigação, que fazer com que
seu filho seja bem melhor que eles próprios. Fazer que sejam pessoas de bem, que respeitem
os próximos, que tenham valores, que sejam espiritualizados, que sejam felizes.
Mas como fazer isso se o mundo ensina o contrário? Como fazer isso se a cada
dia precisamos estar mais ausentes em compromissos de trabalho e sociais? Não
há dúvidas que somos desafiados o tempo inteiro.
Acredito que nós pais temos
que manter a retidão em comportamentos e atitudes o tempo inteiro (o nosso
maior ensinamento é o exemplo) e sermos muito intensos nos momentos com os
nossos filhos, amá-los infinitamente e cuidá-los mais ainda. Enfim, sou muito
privilegiada.
Meu filho sempre foi muito tranquilo. Desde bebê, dormia a noite
sem complicações, se alimentava bem, saiu do peito para mamadeira sem nenhum
esforço, sentou, engatinhou e andou com naturalidade e no “tempo certo”, sempre
andou no bebê conforto e na cadeirinha sem dramas, tirei a chupeta e ele só
pediu na primeira noite, se adaptou de imediato na escola, e, até óculos de
grau ele está usando respeitando sua obrigatoriedade.
Engraçado que muitas
vezes acho que ele veio pronto. Outras vezes, acredito que ele chegou num
momento tão certo que eu e Victor estávamos preparados para passar a confiança
necessária para ele acreditar em si mesmo e em nós enquanto cuidadores.
De
certo, acreditamos que o amor é infinito e que o não e o limite também são
necessários e, procuramos fazer nossa parte. Bom, todas essas fases foram superações para ele, independente do
porquê, ele se supera a cada dia rumo às outras fases da infância,
adolescência, adulta e assim por diante.
O que mais me marca nesta caminhada
dele, é o fazer sem esforço, sem trauma, com toda naturalidade que tem que ser.
Ser mãe é minha melhor qualidade. É muito melhor do que eu esperava. Aliás,
entender o que é mãe, só tornando-se uma. Realização total. Pronta para o
próximo filho.
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