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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Relato de Mãe/ Lorena e João Inácio.



Bom, minha gestação foi muito tranquila. Descobri com quase 16 semanas, já não mais enjoava, tinha sono, etc. ... Fui muito mimada pelo esposo e quase nunca senti desconforto. 

Lembro que brincava que “até da rinite fiquei boa”. Trabalhei minha gestação inteira, João Inácio nasceu numa segunda-feira, trabalhei até a sexta-feira anterior, sem indisposições ou maiores intercorrências. Acompanhando todo o previsto, o parto foi uma cesariana programada. Entrei no centro cirúrgico sem sentir dor e saí também sem sentir dor. 

Minha gestação foi abençoada do início ao fim. Logo após o nascimento, descobri o quanto é dolorosa a amamentação. Dói, sangra, machuca... Amamentei até o sexto mês, mesmo com toda dor e sofrimento. Passava um mês boa, outro mês machucava... Meu bebê (ex-bebê, rsrsrs) tomou fórmula apenas a partir do sexto mês, porém não condeno quem faz a opção de inserir antes o leite artificial, por conta dos aspectos negativos na amamentação: o desconforto e dor para a mãe, a escravidão e dependência da mesma para a alimentação da criança (quem precisa trabalhar entende o que falei). Gente, é muita dor mesmo! 

Bom lembrar que não fiz nenhum exercício de adaptação nas mamas, talvez seja bobagem expressar o lado negativo com tamanha ênfase. Por outro lado, amamentarei os demais filhos que tiver e não posso deixar de citar os benefícios: certeza de uma alimentação saudável e natural para a criança (o mais importante), a cumplicidade nos olhares trocados entre mãe e filho, a facilidade na hora de sair com o bebê, pois não precisa se preocupar com fome ou sede, sempre terá o que oferecer etc.. 

Não tirei a licença normal de 4 (quatro) meses. Me afastei do trabalho somente o tempo de pude. Algumas vezes, levava João comigo para o escritório, outras vezes, tirava o leite na bomba elétrica e deixava na mamadeira para garantir a próxima mamada. É bem difícil voltar às atividades normais. 

Cria-se um mundo muito diferente, parece que tudo que existe tem relação com o bebê. Ao mesmo tempo em que você quer ver o mundo lá fora, o melhor papo que existe é fraldas, pomadas, pediatra, sentar, engatinhar, roupinhas e sapatinhos... 

Só que os bebês crescem para o mundo e para inseri-los neste contexto, é preciso entender que o mundo não para. O marido continua marido, o trabalho continua trabalho, sua vida continua sua vida e é muito legal saber que a maternidade é complementar (era o que faltava) e não a única coisa da sua vida. 

Minha família me apoia muito. Assim como a família de meu esposo. Todos participam, ficam com ele porque querem, porque ele quer, quando preciso. João Inácio é uma criança abençoada, e nós, os pais, também, por poder contar com este apoio raro na vida moderna e nos tempos em que todos trabalham muito. 

Minha maior habilidade adquirida, talvez por ser mãe de menino, foi o “autocontrole”. Tipo: vejo insetos, aranhas, sapos (odeio), bichos em geral e não dou chilique, vejo nojeiras e consigo não mais me manifestar com exagero. Tudo para que João não cresça medroso. Brincadeiras a parte, são inúmeras as habilidades de uma mãe, mãe que é mãe sabe tudo. Sempre sabe e melhor que qualquer pessoa. 

Julgo um desafio muito grande criar um filho. Qualquer pai e mãe tem, por obrigação, que fazer com que seu filho seja bem melhor que eles próprios.  Fazer que sejam pessoas de bem, que respeitem os próximos, que tenham valores, que sejam espiritualizados, que sejam felizes. Mas como fazer isso se o mundo ensina o contrário? Como fazer isso se a cada dia precisamos estar mais ausentes em compromissos de trabalho e sociais? Não há dúvidas que somos desafiados o tempo inteiro. 

Acredito que nós pais temos que manter a retidão em comportamentos e atitudes o tempo inteiro (o nosso maior ensinamento é o exemplo) e sermos muito intensos nos momentos com os nossos filhos, amá-los infinitamente e cuidá-los mais ainda. Enfim, sou muito privilegiada. 

Meu filho sempre foi muito tranquilo. Desde bebê, dormia a noite sem complicações, se alimentava bem, saiu do peito para mamadeira sem nenhum esforço, sentou, engatinhou e andou com naturalidade e no “tempo certo”, sempre andou no bebê conforto e na cadeirinha sem dramas, tirei a chupeta e ele só pediu na primeira noite, se adaptou de imediato na escola, e, até óculos de grau ele está usando respeitando sua obrigatoriedade. 

Engraçado que muitas vezes acho que ele veio pronto. Outras vezes, acredito que ele chegou num momento tão certo que eu e Victor estávamos preparados para passar a confiança necessária para ele acreditar em si mesmo e em nós enquanto cuidadores. 

De certo, acreditamos que o amor é infinito e que o não e o limite também são necessários e, procuramos fazer nossa parte. Bom, todas essas fases foram superações para ele, independente do porquê, ele se supera a cada dia rumo às outras fases da infância, adolescência, adulta e assim por diante. 

O que mais me marca nesta caminhada dele, é o fazer sem esforço, sem trauma, com toda naturalidade que tem que ser. Ser mãe é minha melhor qualidade. É muito melhor do que eu esperava. Aliás, entender o que é mãe, só tornando-se uma. Realização total. Pronta para o próximo filho.

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