Havia uma menina só
Havia uma menina só.
Só ela estava ali.
Na solidão da noite.
Muda.
Ela lembrava de um tempo.
Tempo passado conjugado.
Mais que perfeito.
Como algo perfeito pôde ter fim?
O céu negro traz as recordações.
Viagem no túnel escuro do tempo.
Só, só...
A mão sozinha, solta no ar, cheia de dedos aflitos.
A lua clara, consolo para a noite dos fantasmas.
Decide fechar a janela.
Como se fechasse o baú de lembranças.
Passa o trinco.
Arruma as cortinas de forma que a janela fique escondida.
O silêncio do quarto.
As paredes.
O relógio-despertador.
Tudo ainda como antes, no devido lugar.
O espaço e tempo intactos.
Fôra ao passado numa viagem longa.
E o ponteiro do relógio nem se moveu.
Lumen
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