
Sou de família grande. Sempre imaginei que teria muitos filhos, mas confesso que não os planejei.
Fui aberta a vida. Primeiro veio Elisa e como o próprio nome
diz: alegria em forma de gente. Aprendi a ser mãe sendo. Não tive uma mãe
presente, o que me deixou apenas com o exemplo de mãe que a minha avó é, e de uma
mãe que eu não gostaria de ser, a minha biológica. E que exemplo! Temos
problemas de gerações, ora quem não tem. Se com nossas mães temos, imagine eu
com uma mãe-vó.
Com
Elisa aprendi que não existe controle nesse lance de ser mãe e que essa coisa de
paraíso é estória para mãe, quer dizer, para boi, dormir. Os maiores desafios foram e estão sendo a
jornada. Inclusive Anna Clara, Olívia e Francisco vieram para me confirmar o
que eu já sabia: a próxima fase é sempre a mais difícil e eu sigo no lema:
“isso também vai passar”.
Elisa
era uma menina muito carinhosa (e ainda é), mas que gostava pouco de abraços e
de colo. Andou cedo, aos 10 meses já saía correndo pelos corredores dos
shoppings, se escondendo em araras de roupa e me fazendo parar um shopping
inteiro acreditando que ela havia sido seqüestrada.
Foi aí que comecei a usar a
tal “coleira” para locais públicos (10 vidas a menos eu perdi nessa fase).
Tagarela, inteligente, perspicaz e com uma lábia, que Deus me ajude.
Com
1 ano de idade, me parou no hospital em convulsão por conta de uma febre.
Induziram coma e me disseram que em 48 horas ela acordava. Passei mais de 3
semanas esperando essas 48 horas chegarem, - e você vem aí me dizer que noite
mal dormida com recém nascido é a pior fase da maternagem? Hurum, sei.
Aos
4 anos, ganhou um pai-drasto e, aos 5, uma irmã. Chegava então nosso raio de sol.
Veja que lindo: já tínhamos a alegria em pessoa, de gênio forte, teimosa no
sentido bom da palavra (acredite, existe sentido bom para teimosia quando se é
mãe. Se você não conhece, aguarde a próxima jogada) e chegava então a luz do
sol.
Clara é iluminada. Tem uma energia e uma sintonia só dela. Um sorriso, um
charme e uma doçura pouco vista por mim em outras crianças de sua idade. Tudo
bem que, a tal fase difícil dos 2 anos chegou agora, aos 4, mas eu respiro fundo
e lembro do meu lema: “isso também vai passar”e um dia ela voltará a ser só aquele doce de menina, eu sei (por
favor, que seja).
Clara chegou em novembro, dia 10 e me ensinou tudo novamente,
mas com uma experiência diferente: ter com quem dividir as tarefas com um bebê
recém nascido e depois todas em seguida. Eu não tive isso com Elisa então mesmo
sendo mãe de segunda viagem eu tinha uma novidade no ar: um pai presente.
Hoje
Clara tem a idade de Elisa quando conheci Marcelo. Elas são muito diferentes em
comportamento e na forma de dividir e cuidar das coisas, das pessoas, das
relações. Elisa é mais individual e Clara é mais coletiva e acho que na maioria
das vezes (mães não usam estatística aprofundada, ok?) isso faz com que elas
tenham uma harmonia maior.
Ta, harmonia harmonia (marido me cutucando) eu acho
que não... porque os gritos e choros e reclamações são constantes, mas eu acho
que no futuro isso vai ter algo de muito bom para acrescentar para as duas: a
ceder quando tem que ceder e a dizer não quando tem que dizer não (ufa,
tomara!).
E
aí veio Olívia, a cereja do bolo... ou melhor, a azeitona (Olívia, Oliva...
sacou?) da empada. Uma baianinha arretada que consegue ser amorosa e afetuosa
aqui e no, próximo segundo, um leão com sua juba imponente e cheia de não me
toques. Olívia é Elisa em pele de Anna
Clara.
Até
aqui eu estava feliz. Tinha 3 meninas lindas, saudáveis e com suas
peculiaridades, diferenças, belezas e desafios. Mas eu sentia falta do meu João
(eu queria um filho João) e até que, no pior momento da minha vida, (juro, foi
o pior momento de to-dos) recebo dos céus um guri, não mais João, mas
Francisco.

Eu tenho 4 crias, pouco tempo, muitos brinquedos espalhados pela
casa, toneladas de roupas para lavar por semana e uma pá de demandas e
surpresas e noites mal dormidas e histórias de amor e superação e uma rotina de
fazer vocês chorarem de rir ou de pena de mim.
Amamentei e amamento em livre
demanda e sigo criação com apego para citar 2 de algumas opções maternas que
existem por aí.
A questão é que eu não vejo sentido em nada do que eu faço
individualmente se não for por elas, por ele. Tenho orgulho de dizer que
conheço cada fase dos meus filhos. Que eu os vi dar o primeiro passo (Francisco
ainda não andou, mas eu sei que vou estar aqui), falar a primeira palavra e que
o dia que um fio de cabelo sai do lugar eu sei que vem febre por aí ou que tem
dente nascendo. Conheço cada expressão, cada olhar, cada toque e cada tom de
voz.
E
que venha o quinto! (daqui uns anos, muitos anos).
<3 o:p="">
Juliana
Matos
Fotografa
e mãe de 4 (pode rir).
4 comentários:
Que lindo, Ju! Emocionante! Ainda mais pra mim, que quero demais ser mãe, e que acompanhei um pedacinho disso de perto.Sei como a Elisa é geniosa (e linda), e como a Clara é uma fofa. A Olívia conheci na sua primeira ultrassonografia, com você :) Ainda quero poder vê-los, os quatro, de pertinho. Muitas saudades de vocês! Beijos.
Oi Jú! Foi um prazer enorme ler esse seu relato. Parabéns pela mãe que você é e pela família linda que você tem. Tenho bastante admiração por vocês. Vocês deixaram bastante saudades por aqui. Beijos.
Parabéns pela linda família! Feliz Dia das Mães! Um abraço fraterno e muitas saudades da sua tia!
Lindo relato. Te vi na campanha da página Crescer Sem Violência do facebook e vim ao teu blog.
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